A relação entre o contabilista e o empresário

Publicado em 1 de outubro de 2020

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Sua empresa toma um cuidado específico com a contabilidade? Sabia que é essa área que pode definir o sucesso, ou não, do seu negócio? Cláudia Lolita, fundadora da CLAC e especialista em contabilidade, comentou trouxe sua experiência sobre esses e outros temas em sua palestra pelo B2B Finance Conference.

Em um país que muitas pessoas buscam o empreendedorismo como forma de sobrevivência, muitas das vezes o resultado acaba sendo um fechamento precoce do negócio na primeira dificuldade encontrada.

Apesar da força de vontade existir para esses empreendedores, em alguns casos os principais pilares de uma empresa bem sucedida acabam sendo deixados de lado. Um dos principais deles é a contabilidade, área decisiva para o sucesso do negócio.

Para discutir essa relação entre o empresário e a contabilidade, Cláudia Lolita trouxe a sua experiência no assunto em sua palestra pelo B2B Finance Conference, comentando sobre como se preparar para as dificuldades, a importância de definir o público alvo e conhecer os seus clientes e muito mais.

Cláudia é contadora graduada há 26 anos, advogada, corretora de imóveis, perita judicial contábil, diretora do SESCON RJ e presidente da Associação dos Contabilistas de Teresópolis. Com vasta participação em eventos, palestras e cursos da classe contábil, é fundadora e diretora da CLAC ( Claudia Lolita Assessoria Contábil), há 23 anos. 

Assista ao conteúdo na íntegra:

Como não desistir na primeira dificuldade?

Cláudia comentou sobre um fenômeno comum no empreendedorismo brasileiro que é o fechamento do negócio nos primeiros 2 anos, muitas vezes motivados por dificuldades comuns e evitáveis.

“Em relação ao empreendedorismo, existe o cliché de sermos o povo (brasileiros) mais empreendedor do mundo. Na realidade, quando se olha os dados e pesquisas, somos os segundos. Os turcos são os mais empreendedores.

Eu tenho uma tese de que o empreendedor brasileiro em sua nata,  vai por esse caminho por necessidade, precisa colocar comida dentro de casa e não vê outra maneira. Também empreende por um sonho ou por olho na concorrência, especialmente em cidades pequenas. 

Ou seja, normalmente a pessoa não se prepara. Ele precisa ter ações como: aprender, fazer cursos, ter desenvolvimento pessoal. 

Você precisa profissionalizar, entender o contexto como maneira de vender, público alvo, retenção de cliente, preço de mercado e etc. Ou seja, você tem comercial, logística, administrativo, financeiro, contabilidade. São muitos setores e a nossa legislação é complexa. 

Se você não fizer um planejamento estratégico, em pouco tempo você pode estar devendo uma grande quantia. É importante reconhecer que é impossível uma pessoa fazer tudo na empresa, que temos fragilidades e competências.”

Publico alvo x clientes

Além disso, Lolita também reforçou a importância de conhecer os seus clientes e segmentar suas estratégias de acordo, de forma a dar mais atenção aos chamados ‘promotores’, clientes leais a sua marca.

“Em uma empresa contábil, é muito importante que você segmente o seu negócio. É impossível que eu e minha equipe, independentemente da quantidade de funcionários, que saibamos de todas as legislações de todas as empresas do brasil. 

Para isso, você tem que escolher segmentos em que você acredite na eficácia do seu produto. Para clientes, temos um estudo que apontam existem três tipos de clientes: os detratores, os neutros e os promotores.

O que é um cliente promotor? É aquele que ama a sua empresa, seu produto. É seu fã e te promove, consegue outros clientes. 

O cliente neutro é aquele ‘agua morna’, ou seja, ele está com você por que ele precisa. Isso significa que ele sairá do seu negócio por qualquer motivo.

Por último temos os detratores, são os seus ‘inimigos’. É aquele cliente que está com você por ser obrigado. Ele não vê no mercado outra possibilidade então ele te detona, vai para o PROCON, Reclame Aqui e reclama. Por isso, é importante trabalharmos os promotores.”

Cultura organizacional 

Cláudia Lolita ainda trouxe uma breve explicação sobre o conceito de cultura organizacional, e como ela aplica em suas empresas.

“Nada mais é do que a fusão da sua missão, valores, acontecimentos do dia a dia. Tudo fundado na essência do fundador da empresa. Ou seja, eu pego o que eu acredito e acho certo e passo isso para minha equipe. Eles precisam falar da minha cultura, meus clientes precisam entender.”

Papel da tecnologia na contabilidade

“Ela é fundamental. Sem a tecnologia hoje eu não funciono mais. Na minha empresa, eu tive que criar um núcleo de automação. Peguei 4 millenials, de 19 a 22 anos e eles transformaram a minha empresa.

 É importante incluir as novas gerações nos processos por que eles já sabem como funciona. Porém, eles não tem a técnica. Por isso eu preciso dos dois grupos juntos, e por isso o meu núcleo de automação. Hoje não tem um mundo sem a tecnologia pois ela é maravilhosa.” 

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Análise de dados na contabilidade

“Como em todo mercado, existem diferentes tipos de empresa contábil. Temos aquela que quer trabalhar com a contabilidade construtiva, que é justificação dos seus dados e eu transformar em formas de tomada de decisão para relatórios não contábeis. Existem vários sistemas no mercado com gráficos espetaculares que você consegue analisar de forma significativa.

Ainda tenho também clientes que só me manda papel. Sem sistemas e tecnologia. Para isso, eu preciso ter uma pessoa que transforma esses dados para o digital e me retorna 3 dias depois.

Ou seja, às vezes, por meio do estudo de dados, você descobre que um produto que vendia muito, na verdade está te dando prejuízo. Por isso é muito importante tomar esse cuidado.”

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Essa palestra fez parte do conteúdo do B2B Finance Conference, o principal evento online sobre transformação digital para gestores financeiros do Brasil. O evento contou com mais de 30 experts do mercado que discutiram as novas tendências da área em 4 dias de palestras com muito conhecimento e experiência de quem entende do assunto.


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