Como as fintechs estão revolucionando o setor financeiro

Publicado em 22 de outubro de 2020

Capa artigo Victor Barboza fintechs

Muitas pessoas já sabem que as Fintechs são empresas que unem o financeiro com a tecnologia. Porém, o seu real efeito sobre o setor financeiro é algo que ainda está sendo reconhecido pela população. Entenda como essas modernas empresas estão revolucionando o setor por meio de um bate papo com Victor Barboza, especialista em finanças.

Quem está de olho no mercado financeiro brasileiro como um todo já deve ter percebido o inegável fenômeno das Fintechs, empresas modernas que buscam, por meio da tecnologia, resolver diversas dores antigas da população.

Para falar sobre o panorama atual desse segmento, juntamente com o impacto das fintechs na economia brasileira, o B2B Finance Conference trouxe Victor Barboza, especialista em finanças para trazer um pouco de sua experiência para o evento.

Victor é fundador da GFCriativa, também é co-founder da Fincatch. Além disso, atuou como colunista no Guia Franquias de Sucesso em uma coluna mensal sobre Gestão financeira, mentor na Go On Women, uma pré aceleradora de negócios exclusiva para mulheres, e pesquisador e consultor financeiro na Tendere Pesquisa de Tendências e Soluções Criativas.

Assista ao conteúdo na íntegra: 

O que é uma Fintech?

“A expressão ‘Fintech’, criada do inglês, é a junção de ‘finanças’ e tecnologia’. Então, foram soluções que apareceram ao longo do tempo e juntaram essas duas coisas. 

O movimento Fintech teve o pontapé inicial em 2008 com a crise econômica mundial, que foi muito causada pelos bancos dos EUA. O crédito foi liberado de uma maneira complicada e o financeiro, de um modo geral, com muitas burocracias. 

Eu falo sobre 2008 mas já existiam fintechs anteriormente, como o Paypal, por exemplo, que surgiu em 1998, ou o PagSeguro em 2006, aqui no país. Então, a tecnologia já estava presente de um modo geral.

Além da crise, a questão do mobile foi outra grande motivação para o surgimento desse segmento. Cada vez mais as pessoas estavam fazendo as coisas na palma da mão, por meio do celular.” 

Como uma Fintech pode ajudar na gestão financeira das empresas?

“Em um primeiro momento, as grandes empresa já tinham algumas ótimas soluções para a gestão financeira como ERPs. Mas quando você olhava para os pequenos e médios negócios, eles não tinham acesso a isso. Primeiro por conta do preço, eram soluções caras e que exigiam bons sistemas para rodar. Também necessitavam de muitas pessoas treinadas.

Com as Fintechs, a gestão financeira das empresas, isso mudou. Começaram a surgir plataformas online, na nuvem, que cabiam tranquilamente no orçamento e porte da empresa, que você faz justamente a função da gestão financeira com controle de estoque, geração de notas fiscais. 

Nesse aspecto, as Fintechs ajudaram muito. Paralelamente, surgiram também grandes opções de soluções que atendiam qualquer porte de empresa. 

Por exemplo, para negócios que trabalham com importação e exportação, que lidam muito com o câmbio de taxas altas e longos prazos, surgiram fintechs que atendem exatamente esse segmento e trouxeram praticidade.”

A que você atribui o grande sucesso das Fintechs no Brasil?

“O Brasil é um dos principais países das fintechs e o principal ponto para isso é o sistema financeiro que tínhamos anteriormente. O mundo todo tinha os seus problemas mas aqui era mais grave. Se você olha os dados, os 5 grandes bancos representam 81% do patrimônio e dos clientes. O problema disso é que o mercado concentrado dita as regras. 

O segundo ponto é a população desbancarizada. Temos agora um número melhor sobre isso, em parte por conta das fintechs, mas ainda temos uma média de 45 milhões de brasileiros desbancarizados e isso tem um impacto na economia.

Outra questão é o público jovem. São pessoas que já nasceram com celular, querendo resolver tudo na hora, com praticidade. A Fintech veio exatamente para isso e quando olhamos para os grandes casos,  elas vieram para ser digital, facilitar a vida do usuário. 

Por fim, penso que os influencers tiveram um efeito alto nisso. As Fintechs criaram os próprios canais e redes sociais para conquistar esse público.”

Já é possível considerar que as Fintechs tiveram um impacto na economia brasileira?

“Sim mas está em progresso. O principal ponto para responder é que os bancos começaram a se preocupar com isso, comprando e criando Fintechs, então isso mexeu como um todo. Ou seja, quem mandava, e ainda manda, na economia começou a olhar direito para isso.

É possível ver isso até no mercado de investimentos pois, se você fosse olhar alguns anos atrás, o número de pessoas que investia na bolsa de valores não chegava a 1 milhão. Nos últimos tempos, com as Fintechs, já batemos 2 milhões. Ainda é pouco mas está crescendo.

Algo que eu sempre falo é da importância da educação financeira e algumas Fintechs trazem isso. Você e sua empresa vão aprender o que é um fluxo de caixa, um balanço patrimonial. Então isso gera um grande benefício para a economia. Sem dúvidas já traz uma boa mudança mas ainda tem muito a contribuir.” 

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Essa palestra fez parte do conteúdo do B2B Finance Conference, o principal evento online sobre transformação digital para gestores financeiros do Brasil. O evento contou com mais de 30 experts do mercado que discutiram as novas tendências da área em 4 dias de palestras com muito conhecimento e experiência de quem entende do assunto.


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