Nova economia em tempos de crise: como se adaptar?

Publicado em 25 de setembro de 2020

palestra fernando seabra

Sua empresa está acompanhando as mudanças e digitalizações? Em tempos de pandemia a importância de andar junto com as tendências do mercado se tornou questão de vida ou morte para o negócio. Fernando Seabra, mentor no programa Planeta Startup, trouxe em sua palestra para o B2B Finance Conference, sua opinião e experiência sobre esses e outros assuntos.

Muito se fala das mudanças causadas pela pandemia do COVID-19 em relação a digitalização e automatização dos processos empresariais. Com isso, termos como ‘A nova economia’ se tornam cada vez mais frequentes nas discussões. Profissionais estabelecidos em suas áreas passaram a viver com o medo de serem substituídos por softwares.

Pensando nisso, Fernando Seabra trouxe em sua palestra para o B2B Finance Conference a sua experiência e opinião sobre diversos temas como a ‘Nova Economia’ e os efeitos da digitalização no capital humano. Também abordou o que diferencia um ‘pitching’ de sucesso para um de fracasso, trazendo algumas dicas.

Fernando é mentor no Programa PLANETA STARTUP da Band, o primeiro Reality Show de Startups da TV brasileira, tendo participado também de diversos processos de avaliação de Startups, entre eles o programa Finep Startup. 

Foi também líder da equipe de analistas do programa Shark Tank Brasil, e Mentor do Founder Institute. Como empreendedor, cria negócios há mais de 25 anos e atuou frequentemente como co-fundador de outros.

Assista a palestra completa na íntegra:

A substituição de capital humano pré e durante a pandemia

Seabra comentou sobre o medo da substituição da força profissional humana por automatizações que tomou conta de parte do mercado durante o período pré, e durante pandemia do COVID-19. 

“Eu penso que a tecnologia estará cada vez mais presente, em todo e qualquer negócio. Mas, por trás de uma PJ sempre tem um CPF. Então, as estratégias, a empatia, a forma com que você chega no usuário final, sempre será feita por um ser humano. 

Eu acredito que a pandemia está trazendo aspectos positivos em relação a forma com que o ser humano interage com a tecnologia, uma vez que somos obrigados a viver o tempo de quarentena, reclusão, home office e família. Isso acabou nos fazendo repensar a forma com que interagimos com o ser humano. 

No caso, a tecnologia veio para assessorar esse relacionamento e hoje valorizamos de uma forma que não era feita antes. Hoje conseguimos estar muito mais próximos de quem está distante. Então eu penso que o papel da tecnologia é muito importante.”

A ‘Nova Economia’?

“Eu não chamo de Nova Economia, eu chamo de nova forma de viver o mundo com mais tecnologia que facilitam as nossas vidas. Isso está alavancando negócios que entendem a possibilidade que milhões de smartphones nas mãos das pessoas nos trazem.  Não podemos esquecer que esse mercado que está crescendo, em função da disponibilização de banda larga para mais pessoas, e o hardware dos dispositivos.”

O que é o pitching? Como fazer o melhor possível?

“O pitching nada mais é do que a apresentação do seu negócio para um parceiro estratégico, para um novo sócio, mas idealmente para um investidor em potencial. A minha receita do pitching ideal é composta por 5 itens, mas algo que eu sempre digo para os empreendedores é que é necessário ter 2 objetivos principais: 

Em primeiro lugar, mostrar que o projeto apresenta a maior viabilidade possível, e em segundo, que o projeto apresenta o menor risco possível. 

Já para os 5 itens da receita ideal, em primeiro, é começar com a dor, o problema que vai resolver. O segundo é autoridade, o quanto ele conhece, ou viveu aquela dor, ou tem alguém na equipe que conhece a dor. Em terceiro é oferecer uma solução clara, independente de ser disruptiva ou não. O grau de inovação tem que estar claro. 

Em seguida, em quarto lugar, é entender o mercado, concorrentes, possibilidade de crescimento, cases de sucesso. Muitas vezes existe tudo mas o mercado é pequeno. Será que você consegue ficar nesse setor até crescer. 

Por fim, o quinto item eu chamo de SIM, Sistema Integrado de monetização, aonde eu lembro os empreendedores para deixar claro o seu modelo de público, de negócios, receitas e canal de vendas.

 Existe uma confusão muito grande entre modelo de receitas e negócios, e a pessoa quer que o investidor diga para ele quem é o público. Isso está errado. O projeto é seu, o investidor vai trazer sabedoria e recursos.”

O maior erro do empreendedor no pitching

“Em primeiro, é não entender que cada pitching é um pitching. Se você vai apresentar você precisa entender a tese de investimento, e o sentido que a sua proposta faz para aquela pessoa que está ouvindo. Não estamos em uma fila de carne, em que todo mundo é igual. Então, o grande erro é não customizar a sua mensagem.

O outro grande erro, que é um pouco mais raro, é do empreendedor que se preparou muito bem e começa a apresentação com um discurso como ‘Vocês me desculpem que eu não tive muito tempo para me preparar…’, e ele chega, apresenta bem. 

Isso mostra desrespeito, que os investidores não são importantes o suficiente para se preparar, estudar. Vemos isso muito em empreendedores maduros, com projetos menos desenvolvidos.”

Quer saber mais sobre a transformação digital no departamento financeiro?

Essa palestra fez parte do conteúdo do B2B Finance Conference, o principal evento online sobre transformação digital para gestores financeiros do Brasil. O evento contou com mais de 30 experts do mercado que discutiram as novas tendências da área em 4 dias de palestras com muito conhecimento e experiência de quem entende do assunto.


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