Entenda quais são as boas práticas no uso da tecnologia aplicada ao Direito

Publicado em 30 de setembro de 2020

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Neste webinar, os palestrantes do Legal Conference, Cristiano Silva (ProJuris), Daniel Marques (AB2L) e o hosts Edu Muller (B2B Stack) conversaram sobre boas práticas e o uso da tecnologia em departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.

Assista ao conteúdo na íntegra:

Para eles, o momento é oportuno para a adoção de ferramentas que auxiliam desde a execução de rotinas simples do dia a dia do advogado, até a tomada estratégica de decisão.

“A pandemia trouxe uma necessidade de digitalização que já era latente. Mas, quem está procurando uma solução tecnológica deve pensar, acima de tudo, em contratar soluções que ofereçam integração com outros sistemas”, comenta Cristiano Silva. 

Já Daniel Marques dá uma dica para quem ainda tem dúvidas sobre a importância da digitalização no Direito. “Não tenha medo de inovar. Em vez de buscar o perfeito, busque o feito. Não seja atropelado pela onda de inovação. As tecnologias são acessíveis, mas, não queira resolver todos os problemas ao mesmo tempo. Mapeie suas dores e dê um passo de cada vez”, orienta.  

Cristiano Silva define como uma prática eficiente a velocidade do jurídico em agir diante das novas demandas: “É preciso descobrir rapidamente os processos e tentar estabelecer uma política efetiva de acordo ou mediação para resolver a questão o mais rápido possível.” 

Para Daniel Marques, cada vez mais, o departamento jurídico deve se posicionar como um gerador de negócios e valor para as outras áreas. “Temos cases como o Magazine Luiza, no qual o jurídico trabalha junto com SAC da empresa para compreender se uma demanda será judicializada ou não. Com o apoio de ferramentas de BI, por exemplo, é possível tomar decisões estratégicas a partir de dados e não mais de ‘achismos’”, destaca.

Então, quais são as melhores ferramentas que podem ser aplicadas ao Direito e que já são verdadeiras aliadas de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia?

O resultado dessa conversa você confere agora! 

Quais são as boas práticas para minimizar processos jurídicos? 

Cristiano Silva: “Neste aspecto, o que temos visto com mais frequência é a tentativa de resolver as demandas sem seguir o fluxo da judicialização. Existem ferramentas de monitoramento e captura de processos, que os identifica assim que eles nascem. 

Quem usa esse tipo de ferramenta pode estabelecer estratégias para mediação e acordo e, assim, resolver problemas na essência da causa. Neste contexto, podemos citar o Mediação Online, o Concilie, mas existem outras soluções, que podem ser consultadas no site da AB2L e da B2B Stack

O Projuris, por exemplo, pode ser usado para captar os processos e encaminhá-los para essas plataformas de acordo”. 

Quais são as boas práticas para gerenciar documentos?

Daniel Marques: “Temos um case de um associado da AB2L que economizou na ordem de R$ 500 mil por ano só em assinatura de procuração ao adotar uma ferramenta para automatizar essa demanda. 

O contrato hoje já nasce digital e ele pode ser construído em conjunto com a outra parte, sem estresses. 

A soluções jurídicas são construídas tendo o cliente no centro. Ele próprio lhe ajuda a construir o seu negócio. Adotá-las é uma forma de deixar o seu cliente mais satisfeito. 

Em um levantamento que fizemos com mais de 600 escritórios de advocacia constatamos que os segmentos que mais utilizavam as lawtechs foram os menos impactados em relação à demanda nessa crise. Estamos em um verdadeiro oceano azul com relação à lawtechs e legaltechs no Brasil”. 

Cristiano Silva: “A pandemia fez a demanda de digitalização de documentos crescer, embora este assunto já estivesse consolidado há algum tempo. Até então, ainda existia alguma resistência”.

Quais as categorias de ferramentas mais usadas hoje nos departamentos jurídicos?

Daniel Marques: “É recomendável que os departamentos jurídicos adotem algum ERP – um sistema de gestão de processos – que tenha API, que permita integração à outras soluções. Estamos em um mundo cada vez mais complexo de big data, é preciso acompanhar esse volume, variedade e velocidade de informação”. 

Cristiano Silva: “A palavra-chave hoje é integração. Por exemplo: a Docusign e Qualisign, que são plataformas de assinatura online, tem integração com a Projuris. A integração tem que ser economicamente viável e eficiente. 

O grande objetivo deve ser encontrar um bom produto padrão que garanta as melhores práticas, com as melhores tecnologias embarcadas”. 

O que as ferramentas de recebimento e andamento de processos podem fazer no dia a dia de um departamento jurídico?

Cristiano Silva: “Por mais básico que possa parecer fazer um acompanhamento processual, imagine o grau de complicação quando estamos falando de grandes volumes. Hoje já é possível contar com ferramentas que fazem a gestão dessa atividade de forma muito eficiente. 

Outra preocupação é acessar os sites de Tribunais, que já não estão mais usando os Diários Oficiais para publicar o andamento de processos. Será que fazer isso de forma manual ao longo do dia é viável? 

O Projuris tem condições de fazer isso, além de interpretar as informações, considerando os prazos para cada demanda”. 

Quais as ferramentas de produtividade para o departamento jurídico?

Daniel Marques: “As lawtechs e legaltechs vieram para potencializar as capacidades do advogado para que ele foque nas atividades para as quais ele foi formado. 

São várias ferramentas que podem ser usadas para tornar o trabalho muito mais eficaz. Podemos citar as soluções de colaboração, como o Trello, que evitam as infinitas trocas de e-mails. Já as ferramentas como o Zoom dispensam a realização de reuniões presenciais.

Também recomendo o uso de metodologias ágeis apoiadas pelos OKRs, pois isso permite foco nos resultados, sem microgerenciamentos. A inovação jurídica está alicerçada em cultura, gestão 4.0 e na tomada de decisão rápida”.

Cristiano Silva: “Ressalto também que hoje é possível implementar ferramentas de forma remota. Isso já era possível antes da pandemia, mas ainda existia alguma resistência”. 

Quais são as boas práticas de marketing jurídico digital?

Daniel Marques: “O advogado pode fazer marketing, desde que regulado pela OAB. Como estratégia, é possível usar o inbound marketing, que parte da criação de conteúdo relevante para uma audiência, com o objetivo de gerar autoridade sobre um tema. 

Estamos vivendo um momento de grande transformação. É preciso difundir conhecimento para que ele alcance todas as partes. 

Deve-se encontrar nichos que fazem sentido. Estão surgindo muitas oportunidades a partir das novas tecnologias como legal design thinking, legal operation, LGPD, propriedade intelectual e blockchain, entre outros, nos quais todos os profissionais estão aprendendo juntos”. 

Cristiano Silva: “Criamos um canal que se chama Juriscast, um podcast de entrevista com pessoas de várias áreas. Temos mais de 40 mil assinantes acessando esse conhecimento. O marketing de conteúdo é um caminho viável para o Direito, mas ainda muito carente”. 

Não viu ainda?

Se você ainda não viu, vale a pena conferir as palestras de Cristiano Silva, sócio da ProJuris e de Daniel Marques, Presidente da AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs) no B2B Legal Conference 2020, o maior evento online jurídico da América Latina. 

O evento contou com mais de 15 palestras com experts da área e discutiu as transformações do setor e como os profissionais podem acompanhar as mudanças.

Acesse o site e assista o conteúdo completo do evento


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