Loggi recebe investimento de R$1,15bi e visa expansão nacional

Publicado em 19 de março de 2021

 No dia 28 de fevereiro de 2021, a empresa Loggi anunciou que recebeu aporte de R $1,15 bilhões em sua rodada série F, sendo o maior da história da empresa.

A rodada foi comandada pela CapSur Capital, fundo de investimento especializado em empresas de tecnologia no Brasil, contou com a participação da Verde Asset e dos investidores já conhecidos pela empresa, Monashees, Softbank, GGV, Microsoft e Sunley House.

Com a pandemia de COVID-19 e a explosão do e-commerce, as encomendas entregues pela Loggi fez seu crescimento acelerar mais de 360%, e a prioridade da empresa passou a ser a abertura de centros de distribuição para atender à demanda, tirando seu foco de expansão geográfica momentaneamente.

Porém, com este novo aporte, a empresa pretende utilizar 55% para investir em infraestrutura e pelo menos 25% para aperfeiçoamentos tecnológicos.

Em seu depoimento, o diretor financeiro Thibaud Lecouyer fez a seguinte declaração: “Não queremos contratar um software. Não existe um sistema tão avançado quanto o nosso, então vamos continuar a construir um sistema dentro de casa, adaptado ao nosso negócio”.

Ao longo deste texto, vamos falar sobre o crescimento do setor de logística, os impactos da pandemia, e contar mais sobre este investimento na empresa Loggi.

A crescente do setor de logística

Loggi recebe aporte de 1,15 bilhão

A Associação Brasileira de Logística (Abralog), divulgou dados em que o setor de logística aparece com movimentação de mais de R $620 bilhões em cargas no Brasil em agosto de 2020. 

Estes números tendem a aumentar devido ao comportamento de compras em plataformas online adquirido pela população durante a pandemia.

Isso favorece os profissionais da área gerando mais empregos, e aos próprios compradores e vendedores, pois a concorrência exigirá cada vez mais eficiência nas entregas e coletas de produtos, além de impulsionar valores de fretes mais competitivos.

Estes números poderiam ser ainda maiores se não fossem os contratempos enfrentados pelo setor de logística: falta de investimentos em rodovias, portos, aeroportos e ferrovias.

O desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para o setor de logística também está contribuindo com seu crescimento, já que elas permitem uma gestão assertiva, com menos custos e maior otimização de tempo.

O impacto do coronavírus no setor logístico e na Loggi

O setor de logística pode ser considerado um dos mais importantes e essenciais para o país, pois é quem garante o abastecimento de insumos, alimentos e mercadorias para a população. 

O cenário de pandemia de COVID-19 trouxe para o setor de logística alguns desafios a serem superados para seu bom funcionamento e produtividade.

No país, as importações e exportações foram totalmente impactadas, já que fronteiras foram fechadas e a adesão de barreiras sanitárias impediram o passe livre dos meios de transporte. 

O efeito positivo para o setor foi o aumento da compra e venda por meio de e-commerces e marketplaces (principalmente os que não dependem de importação de mercadorias de outros países), ampliando a cadeia de distribuição e sua receita. 

Os impactos da pandemia na logística obrigaram o setor a optar por meios tecnológicos e automatizados de gestão para otimização de tempo, melhor planejamento de rotas e um monitoramento das frotas mais eficiente. 

Além disso, o setor precisou definir formas de descentralização de fornecedores, especialmente de outros países, priorizando provedores alternativos para não sofrerem as consequências das medidas de restrição. 

A empresa Loggi criou um comitê de gerenciamento de crise para monitorar e criar ações de proteção e saúde física e mental dos colaboradores durante este período. 

Entre essas ações, estão:

  • Mapeamento de colaboradores que estiveram no exterior para deixá-los em home office por 14 dias;
  • Educar os colaboradores e suas famílias sobre as medidas preventivas ao vírus;
  • Disponibilização de EPIs e maior frequência de limpeza;
  • Cancelamento de reuniões e eventos presenciais;
  • Adoção ao home office;
  • Proteção dos empregos, sem plano de demissão em massa;
  • Recrutamento 100% online;
  • Afastamento remunerado aos colaboradores do grupo de risco;
  • Acesso a plataformas de palestras e lives sobre saúde;
  • Adaptação de ginástica laboral à distância;

Por ser uma situação nova para o mundo todo, são necessários mais estudos e pesquisas para identificar como ficará a situação do setor daqui em diante, porém, a inovação tecnológica sempre será a primeira forma de adaptação em tempos de crise.

Loggi recebe aporte de 1,15 bilhão

A companhia de entrega de encomendas Loggi começou a atuar em 2013 e havia levantado até então, pelo menos R $900 milhões em investimentos. 

Em 2019, apenas 7 anos depois de seu start, entrou para o grupo dos unicórnios brasileiros, que são as startups avaliadas em 1 bilhão de dólares. 

Agora, em 2021, a Loggi recebe aporte de R$ 1,15 bilhões e “prevê adicionar centenas de funcionários à sua base atual de 2 mil e abrir mais sete centros logísticos em 2021, incluindo em Londrina (PR), em cidades do Nordeste e no interior paulista”, segundo Thibaud Lecuyer.

Os planos da Loggi após série F

Após o aporte recebido, os planos da Loggi são claros: atender 100% da população brasileira, ampliando sua área de cobertura, reduzir os prazos de entrega, abrindo novos cross-dockings, e investir pelo menos 25% em seu desenvolvimento tecnológico.

“Começamos 2020 com 43% da população coberta e terminamos o ano com 54%. Este ano, queremos chegar perto dos 100%. Só nos dois primeiros meses, já adicionamos 5%, a máquina está a todo vapor”, diz o executivo.

Além disso, a Loggi pretende criar um escritório 100% remoto, e contratar profissionais experientes para aprimoramento dos seus produtos digitais.

Conclusão

O aporte de R $1,15 bi na startup de entrega de encomendas Loggi é muito importante para a visibilidade e credibilidade dos investidores às startups brasileiras que fazem um bom trabalho para seu crescimento.

A Loggi se espelhou em empresas de logística da Ásia que tiveram sucesso mesmo em meio à epidemia de Sars em 2000 com o investimento em tecnologia própria, por isso, um dos seus focos com este aporte será o aprimoramento de sua infraestrutura.

O ano de 2021 será crucial para a Loggi colocar em prática todos os seus planos e ficar mais à frente da concorrência.

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Publicado por Marcia Lira

Bióloga, apaixonada pela natureza e recém inserida no mundo da tecnologia, acredito no poder gigantesco das ferramentas tecnológicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. Nada precisa ser massante e árduo para funcionar, mas sim, inteligente, inovador e prático.


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