FinOps: gestão de recursos financeiros na nuvem

Publicado em 25 de maio de 2023

Imagem de diversos softwares abertos em um computador, imagem relacionada com FinOps

Em um cenário de intensa virtualização das empresas, o FinOps se apresenta como uma estratégia de gestão que visa combinar aspectos financeiros e operacionais para garantir um uso eficiente e estratégico de recursos de computação.

Ao utilizar softwares e serviços em um ambiente de nuvem, as organizações abrem as portas para a flexibilidade de provisionar e utilizar recursos conforme suas necessidades, pagando apenas pelo que consomem. No entanto, essa flexibilidade também pode levar a custos inesperados e desperdícios, caso não haja uma governança adequada.

Essa estratégia em uma organização envolve uma colaboração estreita entre as equipes financeiras, de operações e T.I, bem como a adoção de processos, ferramentas e políticas específicas.

Utilizar esse recurso de maneira inteligente é essencial para qualquer organização que busca obter um controle financeiro mais preciso, tomando decisões embasadas para otimizar os seus processos.

Para isso, é de suma importância compreender devidamente o conceito do FinOps, suas principais vantagens, os pilares do seu funcionamento e sobretudo, as melhores práticas para sua implementação.

O que é o FinOps e quais as suas vantagens?

O FinOps, uma junção das palavras “Finance” (Finanças) e “Operations” (Operações), surge como uma prática e metodologia emergente que busca otimizar financeiramente a gestão de recursos em nuvem das organizações.

Uma das suas principais premissas é a mudança de mentalidade, encorajando a responsabilidade compartilhada em relação aos custos da nuvem, em vez de deixar apenas a equipe de TI ou desenvolvimento lidar com as decisões de gastos.

Ao adotar essa prática, as empresas podem obter uma série de vantagens significativas, dentre as principais podemos citar:

Otimização de recursos

A vantagem primordial em adotar a prática de FinOps está na otimização financeira dos recursos. Por meio de análises detalhadas e monitoramento contínuo, as empresas podem identificar recursos subutilizados, entender padrões de uso e fazer ajustes inteligentes.

Isso permite a redução de custos ao eliminar áreas de desperdício – como o Shadow IT no setor de T.I, por exemplo –  além direcionar os recursos para onde são realmente necessários.

Aumento da eficiência operacional

Ao implementar processos e controles adequados, as equipes podem otimizar o uso dos recursos na nuvem, evitando gastos desnecessários e garantindo que os recursos sejam alocados de forma adequada. 

Como consequência, tem-se uma maior eficiência nas operações, permitindo que as equipes foquem em atividades de maior valor para o negócio.

A nivel de exemplo nós podemos citar:

  • Os processos de procurement, onde se reduz o tempo de contratação de soluções de TI, de maneira mais colaborativa e produtiva, e mitiga riscos de contratar o software equivocadamente. O ROI dessa iniciativa tende a se pagar em menos de 12 meses.
  • Os processos de controle de licenças em onboarding e offboarding de funcionários, onde são mitigados quaisquer desperdícios relacionados, sobretudo, ao Shadow IT.

Visibilidade e transparência financeira

A partir do FinOps, os colaboradores responsáveis podem obter uma visão abrangente dos custos associados aos recursos na nuvem, bem como uma compreensão clara dos gastos por equipe, projeto ou departamento, o que resulta em uma tomada de decisões embasadas em dados concretos e consequentemente, melhor controle financeiro.

Pessoa utilizando um software de gerenciamento de finanças, imagem relacionada com finops

Conheça os 3 pilares do funcionamento do FinOps.

O FinOps se baseia em três pilares fundamentais que orientam o seu funcionamento e garantem uma abordagem eficiente para o gerenciamento dos recursos na nuvem. É importante entender detalhadamente cada um deles, enquanto uma série de boas práticas dessa estratégia.

Governança Financeira:

A governança financeira é um dos pilares centrais: ela envolve a definição de políticas, processos e controles para o gerenciamento dos recursos na nuvem. Dentre os seus aspectos importantes, vale pontuar:

  • Definição de políticas de gastos: Estabelecimento de diretrizes claras sobre como os recursos na nuvem devem ser utilizados, quais tipos de serviços podem ser provisionados e quais são os limites de gastos permitidos para cada um dos setores;
  • Alocação de custos: Distribuição dos recursos na nuvem às equipes ou projetos responsáveis por seu consumo, levando a uma melhor compreensão dos gastos e uma distribuição equitativa dos recursos entre as partes interessadas;
  • Controles e conformidade: Implementação de controles para garantir a conformidade com as políticas estabelecidas, o que pode envolver revisões periódicas, auditorias e a aplicação de medidas corretivas quando necessário.

Planejamento e Orçamento:

O planejamento e o orçamento adequados são essenciais para o sucesso do da estratégia. Nesse ponto, as organizações devem considerar:

  • Definição de metas e objetivos: Estabelecimento de metas claras em relação aos gastos na nuvem frente ao desempenho esperado. Essas metas podem ser baseadas em indicadores-chave de desempenho (KPIs) relevantes para o negócio.
  • Estimativa de custos: Realização de projeções e estimativas de custos para diferentes cenários e níveis de consumo para uma previsão mais precisa dos gastos e ajuda na tomada de decisões.

Acompanhamento e Análise de Custos para otimização contínua

O acompanhamento contínuo dos custos é essencial para identificar oportunidades de economia e otimização. Alguns aspectos desse pilar incluem:

  • Coleta contínua de dados: Utilização de ferramentas e tecnologias para acompanhamento contínuo dos custos, permitindo uma visibilidade atualizada dos gastos e a detecção precoce de problemas ou desvios.

    Isso pode envolver a integração com provedores de serviços em nuvem e a consolidação de informações em um único local.
  • Análise de despesas: Realização de análises detalhadas dos gastos, identificando padrões de consumo, áreas de desperdício e oportunidades de economia para tomar ações direcionadas.
  • Ciclo de feedback: Estabelecimento de um ciclo de feedback contínuo, no qual as equipes envolvidas no FinOps compartilham informações, aprendizados e boas práticas, promovendo a colaboração e o aprimoramento constante do processo.

Como implementar o FinOps?

Para implementar essa importante estratégia de forma efetiva, é necessário considerar alguns elementos-chave que se relacionam principalmente com a escolha de uma equipe adequada e o uso de ferramentas especializadas. Em um passo a passo podemos sistematizar da seguinte forma:

  • Defina uma equipe dedicada: Designe um analista de FinOps responsável por liderar e coordenar as atividades relacionadas à gestão financeira na nuvem.  Essa pessoa deve ter conhecimento prévio tanto em aspectos financeiros quanto em cloud computing.
  • Estabeleça políticas e processos: Desenvolva políticas claras para o uso dos recursos, incluindo diretrizes de gastos, alocação de custos e conformidade. Crie processos para acompanhar e analisar os custos, bem como para realizar ajustes e otimizações, de acordo com os pilares de funcionamento.
  • Eduque e treine a equipe: Forneça treinamento adequado aos membros da equipe sobre as práticas e os conceitos do FinOps, incluindo a familiarização com os aspectos técnicos e financeiros da nuvem, bem como a conscientização sobre a importância da otimização dos recursos.
  • Utilize ferramentas e tecnologias apropriadas: Faça uso de ferramentas e tecnologias que auxiliem na coleta de dados de custos, na análise financeira e na visualização dos gastos na nuvem.
    O portal da B2B Stack é um ótimo ambiente para conhecer e comparar diferentes softwares relacionados à gestão de custos em tecnologia para empresas.

Analista de FinOps: papéis e responsabilidades.

Pensando mais a fundo sobre a importância da equipe para implementar essa estratégia de maneira eficiente, o analista de FinOps pode ser entendido como o principal profissional envolvido, suas responsabilidades incluem: 

  • Coleta e análise de dados de custos: O analista é responsável por coletar dados precisos sobre os gastos na nuvem, realizar análises detalhadas e identificar oportunidades de otimização;
  • Monitoramento e relatórios: Ele deve acompanhar continuamente os custos e fornecer relatórios atualizados para as partes interessadas, incluindo a apresentação de métricas financeiras relevantes e a identificação de áreas de alto custo ou desperdício;
  • Colaboração com as equipes técnicas: Além disso, ele trabalha em estreita colaboração com as equipes de TI e engenharia para entender as necessidades de recursos, identificar áreas de ineficiência e propor soluções para otimizar o uso da nuvem.

pessoa analisando planilhas e gráficos. Imagem relacionada ao FinOps

Conclusão

Em um cenário cada vez mais voltado para a nuvem, o FinOps se destaca por oferecer uma estrutura abrangente para otimizar a gestão financeira dos recursos computacionais, permitindo que as organizações tenham controle preciso sobre seus gastos e direcionem seus recursos de forma mais estratégica.

Tendo em vista que o FinOps promove a colaboração entre diferentes áreas, essa estratégia provoca uma mudança de mentalidade dentro das organizações, incentivando a responsabilidade compartilhada por todos os setores, em relação aos custos da nuvem, resultando em uma maior transparência entre as diferentes equipes, mas sobretudo as equipes financeiras e de operações.

Ao implementar o FinOps em conformidade com os seus pilares, as empresas estarão melhor posicionadas para aproveitar todos os benefícios da nuvem, maximizando a eficiência operacional e obtendo uma vantagem competitiva no mercado.

Publicado por Bruno Machado

Estagiário em Redação pela B2B Stack. Estudante de Letras Vernáculas com língua estrangeira moderna. Experiente em tradução ES/PT, redação SEO, revisão e copywrite.


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